Passos da Paixão de Cristo em Tiradentes
História dos passinhos: as charmosas capelinhas espalhadas pelo Centro Histórico de Tiradentes e porque quase nunca estão abertas
Nas cidades históricas é comum encontrarmos Passos, ou Passinhos, que é uma pequena capela onde está representada uma das cenas finais da vida de Cristo no caminho do Calvário. Até hoje as pequenas capelas são usadas nas procissões de Ramos e das Dores, durante a quaresma, quando se entoam os motetos próprios para a cerimônia.
As pequeninas capelas de Passos da Paixão remontam a uma tradição medieval, trazida ao Brasil pelos portugueses, de se fazer a Via Sacra fora da Terra Santa. Assim se construía os Passos rememorando episódios importantes da Paixão de Cristo.
Os Passos de Tiradentes foram construídos pela Irmandade do Bom Jesus dos Passos, fundada em 1721. As primeiras construções datam de cerca de 1740, tendo sua decoração sido feita pelo entalhador João Ferreira Sampaio. São elas os Passos da Cadeia, do Largo do Ó e do Largo da Câmara.
Na segunda metade do século XVIII construiu-se o Passo da Rua Direita, com talha de Salvador de Oliveira e pintura de Manoel Vitor de Jesus, em estilo rococó. O Passo do Largo das Forras só foi construído em 1807, quando a procissão muda o trajeto, saindo agora da Igreja das Mercês.
Em 1807, com a criação da Irmandade das Dores e instituição da procissão do encontro, a procissão muda o trajeto, saindo agora da Igreja das Mercês, assim, os dois Passos da Rua do Sol perderam a função, tendo a Irmandade decidido demoli-los e guardar os painéis no consistório, diz o acórdão que um dos Passos era impróprio por ser do Senhor Morto.os painéis que ficaram guardados, hoje não mais existentes.
Na mesma reunião, decidiu-se construir um Passo novo no largo da Rua das Forras para completar os sete, pois o primeiro era montado na entrada da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e o último na entrada da Igreja Matriz de Santo Antônio.
De um dos Passos da Rua do Sol sobreviveu apenas o cômodo, sem o retábulo e o forro. Recentemente, retornou o uso para a Via Sacra, após limpeza, pintura, colocação de forro, restauração de telhado, rebocos e porta feitos pelo vizinho, cuja casa envolve o antigo Passo.
